Pular para o conteúdo principal

O perigo das alianças


O perigo das alianças

A República está abrumada e não se tem o plus para desanuviá-la. Os principais analistas e entendidos do assunto, alguns certos de sua verdade, outros interessados em proteger o status quo, dizem que tudo passa pela política de alianças do Lula.

O velho Esopo tem uma fábula instigante. Ela conta que certo dia um Leão passeava pela praia quando avistou um Delfim (golfinho) fazendo acrobacias no mar. Admirado o Leão convidou-o para formarem uma aliança, já que ele era rei na terra e aquele rei no mar. Acordo selado, pouco tempo depois o Leão foi atacado por um Touro e pediu socorro ao Delfim que lhe respondeu: Meu domínio é no mar e o seu problema na terra. A moral explicitada é de que devemos procurar aliados que possam concretamente nos ajudar na hora da necessidade.

Acredito que o apoio conferido pelo Lula ao Sarney extrapola qualquer conceito de aliança política que se tenha conhecimento. O Brasil que cresceu em respeito internacionalmente por força de uma política externa solidária e democratizante tem virado motivo de chacota em jornais pelo mundo, nos gozam a desfaçatez de defender o indefensável - a corrupção deslavada do Presidente do Senado e choldra.

O próprio Lula coloca em xeque a respeitabilidade que a sua gestão lhe conferiu. Ao desempenhar um papel que nem o Delfim ousou, poderá ter problemas no domínio que crê inabalável.

O novo espaço da cidadania brasileira - a internet, sobretudo o twitter, propôs um campanha nacional "Não voto em quem defende Sarney". Muitos poderão duvidar da capacidade dessa mobilização alegando que o acesso a internet ainda é muito restrito no Brasil ou ainda que umas 6 ou 30 mil pessoas não fazem Verão.

Não ignorem a nossa capacidade de multiplicação ela é diretamente proporcional a nossa indignação.

Delenda est Sarney.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

BANQUE O DURO, MEU CHEFE

BANQUE O DURO , MEU CHEFE ! Por Raimundo Palhano Não deixe o seu lugar. Foi o conselho do venerável Bita do Barão de Guaré ao presidente do Senado, José Sarney, que, ao que parece, está sendo levado extremamente a sério. Quem ousaria desconsiderá-lo? Afinal, não se trata de um simples palpite. Estamos frente à opinião de um sumo sacerdote do Terecô, um mito vivo para o povo de Codó e muitos outros lugares deste imenso Maranhão. Um mago que, além de Ministro de Culto Religioso, foi agraciado pelo próprio Sarney, nos tempos de presidência da República, com o título de Comendador do Brasil, galardão este acessível a um pequenino grupo de brasileiros. Segundo a Época de 18.02.2002, estamos falando do pai de santo mais bem sucedido, respeitado, amado e temido do Maranhão. Com toda certeza o zelador de santo chegou a essa conclusão consultando seus deuses e guias espirituais. Vale recordar que deles já havia recebido a mensagem de que o Senador tem o “corpo fechado”. Ketu,...

A Educação do Brasil

A Educação do Brasil: cinco contrapontos necessários Este livro é fruto de um esforço de sistematização sobre cinco questões relevantes presentes no debate sobre a educação pública do Brasil e que tenho abordado em aulas, conferências e intervenções públicas, sobretudo para estudantes na Universidad Autónoma de Baja California (UABC), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Centro Universitário IESB, Universidade Estadual de Roraima (UERR), Centro Universitário UNDB, Faculdade Santa Luzia e Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Portanto, há uma postura didática na minha escrita para responder às seguintes perguntas: 1. Existe só descontinuidade nas políticas educacionais brasileiras? 2. A infraestrutura escolar não importa para a qualidade do ensino? 3. Sobra recurso e falta gestão na educação pública? 4. A qualidade do ensino se resume aos resultados das avaliações? 5. As escolas militares são solução para os problemas da educação pública? Organizei as respostas para essas p...

Faltam recursos e gestão na educação

É sempre necessário lembrar Celso Furtado quando disse que economia sem ciência social é pura álgebra, assim se pode compreender o texto do economista Marcos Mendes publicado dia 1º de novembro na Folha Mendes se volta contra a expansão da complementação federal ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb, por ter sido supostamente incapaz de entregar resultados melhores em exames como o PISA, avaliação internacional amostral. O aumento da participação federal no Fundeb de 10% para 23% foi previsto pela Emenda do Fundeb permanente em 2020 (EC 108), mas ainda não foi concluído, porque está escalonado para ocorrer paulatinamente de 2021 até 2026. Todavia Marcos Mendes se apressa em avaliar a mudança desde já, como se já estivesse plenamente implementada há décadas. O autor ignora ou deliberadamente desconsidera que reformas educacionais não produzem efeitos imediatos, tampouco são automáticas, porque demandam enraiza...