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O perigo das alianças


O perigo das alianças

A República está abrumada e não se tem o plus para desanuviá-la. Os principais analistas e entendidos do assunto, alguns certos de sua verdade, outros interessados em proteger o status quo, dizem que tudo passa pela política de alianças do Lula.

O velho Esopo tem uma fábula instigante. Ela conta que certo dia um Leão passeava pela praia quando avistou um Delfim (golfinho) fazendo acrobacias no mar. Admirado o Leão convidou-o para formarem uma aliança, já que ele era rei na terra e aquele rei no mar. Acordo selado, pouco tempo depois o Leão foi atacado por um Touro e pediu socorro ao Delfim que lhe respondeu: Meu domínio é no mar e o seu problema na terra. A moral explicitada é de que devemos procurar aliados que possam concretamente nos ajudar na hora da necessidade.

Acredito que o apoio conferido pelo Lula ao Sarney extrapola qualquer conceito de aliança política que se tenha conhecimento. O Brasil que cresceu em respeito internacionalmente por força de uma política externa solidária e democratizante tem virado motivo de chacota em jornais pelo mundo, nos gozam a desfaçatez de defender o indefensável - a corrupção deslavada do Presidente do Senado e choldra.

O próprio Lula coloca em xeque a respeitabilidade que a sua gestão lhe conferiu. Ao desempenhar um papel que nem o Delfim ousou, poderá ter problemas no domínio que crê inabalável.

O novo espaço da cidadania brasileira - a internet, sobretudo o twitter, propôs um campanha nacional "Não voto em quem defende Sarney". Muitos poderão duvidar da capacidade dessa mobilização alegando que o acesso a internet ainda é muito restrito no Brasil ou ainda que umas 6 ou 30 mil pessoas não fazem Verão.

Não ignorem a nossa capacidade de multiplicação ela é diretamente proporcional a nossa indignação.

Delenda est Sarney.

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