Jhonatan Almada, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação
Existe uma citação muito usada extraída de Dom Quixote. O
cavaleiro andante diz – “os cães ladram Sancho, sinal que estamos avançando”.
Essa é a melhor citação para descrever o que ocorre atualmente no Maranhão. O
Governo do Estado tem feito entregas de equipamentos, escolas, estradas e
serviços públicos em ritmo invejável considerando a conjuntura de crise e a
paralisia de outros governos e esferas. O povo se questiona porque nunca foi
feito antes, o antigo regime sem resposta só consegue ladrar mentiras e
levantar falsos problemas.
O Programa Cidadão do Mundo, criado por lei, chega na sua
segunda edição. Primeiro programa de intercâmbio internacional do Governo do
Estado, já enviou ao exterior mais de 100 jovens maranhenses para intercâmbio
linguístico e estágio internacional. A redução do Programa Ciência sem
Fronteiras, hoje restrito a pós-graduação, realçou mais ainda este trabalho.
Quando nós criamos o Cidadão do Mundo, aprendemos e nos
inspiramos com o programa Ganhe o Mundo do Governo de Pernambuco criado pelo
então governador Eduardo Campos, já falecido. Atualmente poucos estados mantêm
programas similares, no Nordeste, além do Maranhão, existem programas em
Pernambuco e Paraíba.
O Cidadão do Mundo não é só enviar o jovem maranhense para o
exterior. Esse jovem também passa a ser nosso embaixador e responsável pela
divulgação de nossa cultura. O estrangeiro tem a percepção de que o turismo no
Brasil ocorre exclusivamente em algumas praias do Nordeste e no Rio de Janeiro.
Em cada sala de aula do exterior, nossos intercambistas convivem com pessoas do
mundo inteiro e ministram palestras falando do Maranhão, isso também resulta em
incremento da movimentação turística.
A segunda edição do Cidadão do Mundo embarcou 70 jovens para
Halifax (Canadá), Montreal (Canadá) e Córdoba (Argentina) com o objetivo de
obterem domínio funcional de língua inglesa, francesa e espanhola. O Governo do
Estado cobre as despesas de orientações pré-embarque, curso de idiomas,
passagens, passaporte e visto, hospedagem, seguro saúde, assistência local e no
exterior, e bolsa auxílio da FAPEMA.
Nosso público-alvo são os universitários que tenham feito ensino
médio na rede pública e realizado o Exame Nacional do Ensino Médio-Enem, cuja
nota é critério para a seleção. Nesta segunda edição, temos 62% dos intercambistas
do gênero feminino, destes 39 são naturais de São Luís e 31 dos municípios de
Imperatriz, Santa Inês, Arari, Pio XII, Anajatuba, Caxias, Pinheiro, Codó,
Viana, Godofredo Viana, Pindaré-mirim, Pedreiras, Paço do Lumiar, Brejo,
Rosário e São Mateus.
A maioria destes jovens fez o ensino médio na rede pública
estadual, cerca de 56%, outros 30% fizeram na rede federal, 11% em instituições
sem fins lucrativos e 3% escolas vinculadas ao Sistema S. Todos estão cursando
o ensino superior, sendo 61% na Universidade Federal do Maranhão, 16% na
Universidade Estadual do Maranhão, 12% no Instituto Federal do Maranhão e 11%
em instituições particulares. Estão divididos nas áreas de humanas (44%),
exatas (33%) e da saúde (23%).
É importante observar que esses jovens já avançaram para além
dos próprios pais e responsáveis. Quando analisamos a escolaridade dos pais
observamos que somente 28% tem nível superior, 48% tem nível médio, 16% ensino
fundamental e 7% são alfabetizados. Toda uma geração que não teve oportunidade
hoje é testemunha do esforço do Governo Flávio Dino em abrir novos horizontes
para seus filhos. Isso nos orgulha muito, pois estamos fazendo inclusão e
justiça social, aplicando corretamente o dinheiro público.
Sabemos que de vez em quando o espírito do Velho do Restelo
nos atira invejas e mau-agouro em colunas jornalísticas eivadas de pretensões
messiânicas – “ó glória de mandar, ó vã cobiça”, escreveu Camões. Conhecemos
bem a realidade de fato e a herança que recebemos. Os marinheiros que
realizaram as Grandes Navegações eram jovens de no máximo 24 anos e deram de
costas ao Velho do Restelo para entrar na história como corajosos descobridores
de outros mundos por mares então tenebrosos.
O Cidadão do Mundo é só um exemplo de programa
inovador do Governo Flávio Dino, tecnologia social criada por nós, com base na
capacidade técnica e inteligência local. É o espírito daqueles marinheiros que
nos alimenta, por isso, abriremos as velas da terceira edição do programa com
mais 80 vagas para novos ousados navegantes do Maranhão para o mundo.
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