Jhonatan Almada, historiador
Enfrentar o processo de desconstrução midiática desafia todo governo contraoligárquico. Não é o maior desafio, mas é dos que mais geram falsificações, omissões e mentiras. Aqueles que estavam no poder não contam mais com todos os instrumentos antes disponíveis, salvo a mídia de sua propriedade, resquício vergonhoso dos roubos de dinheiro público. Quem lidera o governo contraoligárquico não pode defender solitariamente a obra em construção, fundamental que todos sejam solidários à essa tarefa estratégica e tática, nos setores onde atuamos, nos grupos e comunidades que participamos, bem como, nas nossas famílias.
Se embarcamos no navio furado dessa mídia frustrada passamos a descrer do fato e acreditar na versão. Tentam nos convencer que bom é mal e mau é bem: a praça não é do povo, a estrada asfaltada não tem serventia, a escola de taipa é melhor que a escola de alvenaria, o hospital de 20 leitos se torna melhor que o hospital macrorregional, o brinquedo de criança vira armadilha proposital, a escola profissionalizante em tempo integral perde o caráter inovador e avançado ante um total deserto de algo similar.
Quem vestiu a camisa da mudança para desenvolver o Maranhão precisa ser altivo, combativo e ousado no enfrentamento desse açoite diário de inverdades, ignorâncias e exageros. Isso se faz contrapondo as múltiplas e consistentes ações em andamento à virtualidade das versões midiáticas. Comunicar por meio das redes sociais, celulares, rádio, jornais e canais alternativos precisa ser acompanhado da comunicação comunitária via grupos focais, lideranças sociais e formadores de opinião.
Cada vez mais fico convencido da importância de dotar todo o território do Maranhão de infraestrutura de rede e acesso à internet, permitindo expandir o conceito de cidadania digital e criar canal alternativo poderoso, cuja tendência mundial é substituir todas as outras formas de mídia. Sublinho que muitos dos problemas atuais foram diagnosticados no passado, a exemplo desse da internet ou das águas fujonas da Baixada, a grande diferença deste Governo em relação aos anteriores é concretizar de forma atualizada as soluções para esses problemas.
Não se disputa a paternidade de projetos, mas a capacidade de, respeitando o passado, materializar os projetos como feitos visíveis e verdadeiros no presente. Eis aqui uma marca fundamental que delimita postura e prática, reconhecer que apesar das tentativas anteriores, coube à essa liderança governamental fazer de fato, extinguir lendas e plantar legados. Retirar o Maranhão do extravio passa necessariamente por isso, no lugar da má vontade, evidenciar ações, no lugar das invejas armadas, reiterar a quem servimos, no lugar das incompreensões e absurdos, mostrar as mãos limpas e convictas do bem, do belo e do justo que se faz
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Quem integra a administração pública não pode se reduzir ao ser puramente técnico, capaz de servir a todos e qualquer governo. Se for assim no que somos diferentes de Adolf Eichmann? Ao ser julgado pelos crimes de guerra cometidos em nome do nazismo da Alemanha justificou-se enquanto funcionário público cumpridor de ordens. Não basta cumprir ordens é preciso ter criticidade suficiente para saber do fundamento ético e justo dessas ordens. É necessário ter inteligência e sensibilidade para discernir que estamos diante da pior conjuntura política e econômica dessa geração, portanto, cumpre-nos fazer bem o nosso trabalho, compreendendo que o objetivo primordial do governo é servir ao povo, provendo serviços públicos de qualidade, capazes de estimular e gerarcrescimento, autonomia e empoderamento.
O mandonismo oligárquico e a displicência histórica quanto aos enigmas, desafios, urgências e prioridades do Maranhão originaram um povo descrente e desconfiado de governos, políticos e promessas. Recuperar a confiança do povo não é tarefa fácil. Reparar a aridez do solo da descrença demanda regar dedicação, foco, informação, conhecimento e capacidade realizadora. Temos à frente um vasto campo de ação aberto, como dizia Plekhanov, a “todos os que têm olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração para amar o seu próximo”.
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