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Educação não é tijolos e cimento

Educação não é tijolos e cimento

Por Jhonatan Almada

A Educação aqui no Maranhão é tratada como se bastasse tijolo e cimento para reverter os péssimos indicadores e o desempenho sofrível dos alunos e alunas nos exames nacionais e internacionais.

Recentemente o Governo Roseana Sarney lançou o Programa Viva Educação, longe de ser algum planejamento da educação maranhense, se trata de uma notícia e um discurso. A primeira focada na pirotecnia dos grandes números e no efeito sobre o público leigo no assunto. O segundo desfocado da realidade educacional e preocupado, como de praxe, em transparecer uma ruptura com o passado construído por eles mesmos e aparentar inovação.

O mais espantoso em tudo foi o discurso em afirmado que o Maranhão agora irá enfrentar o problema do analfabetismo, para tanto o governo (ilegítimo) irá contratar consultorias para elaborar um Plano de Combate ao Analfabetismo.

Nenhuma palavra sobre o grande debate nacional em torno do tema - direito de aprender. Ora as crianças, adolescentes, jovens e adultos vão a escola para aprender, pelo menos deveriam. Se isso não é garantido pela educação oferecida, isto é, se a aprendizagem não ocorre, então falida está a política educacional.

O Governo Jackson Lago construiu ampla gama de instrumentos no planejamento público abordando a educação, demonstrando sua importância estratégica para o futuro e presente imediato. Entre eles, o Plano de Alfabetização Educadora de Jovens, Adultos e Idosos do Maranhão-PAEMA, elaborado coletivamente através de um processo participativo em todo o Estado, com a sociedade civil, comunidade educacional, lideranças e interessados, cuja execução estava a pleno vapor, antes do golpe.

Além do PAEMA, a Conferência Estadual preparatória para a Conferência Nacional de Educação em 2010, elaborou em 2009, com a participação de toda a comunidade educacional a "Educação que o Maranhão quer e precisa", dita pelos que fazem-na e a levam nos ombros. Um documento basilar para qualquer política no estado, cujo o cerne inovador está na construção de um Sistema Integrado de Educação no Estado-SIEPE.

Alguém deveria ter informado a "Governadora" e ao Secretário de Educação, "educador de ofício" que é crime utilizar os recursos públicos para mandar fazer algo já feito. Mais ainda, é imoral e antiético ignorar um planejamento construído a mãos juntas pela sociedade e governo por conta do desconhecimento dos atuais gestores sobre o que de fato é política educacional e da sua visão tosca sobre Política.

Assistimos a um verdadeiro retrocesso do planejamento público maranhense, sobretudo o educacional. Retrocesso carregado do autoritarismo e do oligarquismo, pois enquanto nacionalmente envidamos esforços para reverter a principal e histórica característica do planejamento educacional - a falta de participação dos professores, estudantes, pais e comunidade, preteridos no processo pela burocracia e governo de turno, aqui no Maranhão apresenta-se Plano saído da cabeça de dois ou três "iluminados" como a rendença do Estado. Até quando a educação do nosso estado ficará nas mãos de figuras despreparadas e incompetentes?

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