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SUPERAR A ESCOLA QUE NÃO ENSINA

Nesta Semana em que se comemora o Dia do Professor, reitero que precisamos superar a escola que não ensina em São Luís. Os eleitores perdoam e esquecem os problemas que se acumularam ao longo dos anos, tem o coração generoso.

Estamos aqui para refrescar a memória da cidadania. A educação pública municipal de São Luís obteve o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica-Ideb 2019 de 5,1 nos anos iniciais do ensino fundamental e 3,9 nos anos finais do ensino fundamental, 22º e 19º lugar entre as capitais.

Entre 2007 e 2019, ou seja, 12 anos, São Luís saiu de 4 para 5,1 nos anos iniciais, sem nunca cumprir a meta do Ideb em cinco edições consecutivas. São Luís levou esse mesmo tempo para sair de 3,5 para 3,9 nos anos finais, sem cumprir a meta do Ideb em três edições sucessivas e retrocedendo do 4,1 obtido em 2009. Nesse ritmo, daqui a 12 anos, isto é, em 2032, São Luís alcançará a meta nacional de 6,0 no Ideb, meta que deveria ser atingida em 2021.

No que avançamos nas escolas de São Luís? Entre 2014-2018, o percentual de bibliotecas nas escolas cresceu de 34% para 45%, a disponibilidade de internet cresceu de 24% para 43%, na mesma linha, a oferta de banda larga cresceu de 20% para 36%. A proficiência de português e matemática dos anos finais do ensino fundamental melhorou, de 25% para 38% (português) e de 16% para 20% (matemática). O mesmo ocorreu com a proficiência de português dos anos finais do ensino fundamental, avançou de 19% para 26%.

O que precisamos melhorar nas escolas de São Luís? Entre 2014 e 2018, não saímos de 62% das escolas com abastecimento de água, ou seja, 36% delas usam meios alternativos como poços e carros-pipa. No mesmo período, o percentual de escolas com laboratório de informática caiu de 24% para 16%. Somente 2% das escolas possuem laboratórios de ciências e 24% possuem quadras de esportes, praticamente não houve evolução, ficamos estagnados nesses baixos percentuais.

A proficiência de matemática dos anos finais do ensino fundamental ainda precisa melhorar muito, fomos de 6% para 8% no período de 2013 a 2017. Isso significa que 92% das crianças da escola pública de São Luís não aprendem o adequado de matemática.

Não avançamos na oferta de vagas para creche, tampoucona expansão das matrículas de tempo integral. Persiste enorme déficit que traz prejuízos aos filhos e filhas dos trabalhadores, daqueles que mais precisam da escola pública com qualidade.

Os dados que apresentamos são oficiais e fornecidos pelo município de São Luís para o Ministério da Educação. Tal diagnóstico foi produzido pelo Centro de Inovação e Conhecimento para a Excelência em Políticas Públicas-CIEP no âmbito do Ciclo “Educação é prioridade?”.

Certa vez, Oscar Niemeyer foi convidado para visitar a União Soviética, país onde recebeu o Prêmio Lênin da Paz. Durante a visita, insistiam para que desse a sua opinião sobre a arquitetura soviética. Aqueles prédios em formato de caixa, cinzas e fechados. E ele apresentou suas críticas. No documentário “A vida é um sopro”, lembrando desse episódio, disse “nesse contato com a esquerda a gente tinha que ser fraternal, mas dizer a verdade”.

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a) O que falta na escola pública? 69% não tem bibliotecas 91% não tem laboratório de ciências 70% não tem laboratório de informática 77% não tem sala de leitura 65% não tem quadra de esportes 75% não tem sala de atendimento especial São dados do Censo Escolar de 2022 e que acompanho há mais de 10 anos, afirmo com segurança, pouco ou quase nada mudou. b) E as propostas de solução? - formação continuada - flexibilidade curricular - gestão por resultados - avaliações de aprendizagem - plataformas a distância - internet Darcy Ribeiro finaliza um dos seus livros mais emblemáticos dizendo que nossa tarefa nacional é criar escola honesta para o povo. Quando?