Comentarei sobre os dados e informações do Anuário Brasileiro da Educação Básica, ótimo documento produzido pelo movimento Todos pela Educação e que traz os nossos principais desafios à luz das metas do Plano Nacional de Educação, por agora abordo pontos que me chamaram atenção.
Em primeiro lugar, o gigantismo da rede pública de educação básica: 39,4 milhões de matrículas, 2,2 milhões de professores e 141 mil escolas. Rede dessa magnitude não permite amadorismo ou tentativa e erro como eixos de qualquer trabalho que queira ser levado a sério.
A educação profissional continua alijada como alternativa para o ensino médio, apesar da expansão dos últimos anos, 1,13 milhão de matrículas da educação profissional para 6,7 milhões de matrículas no ensino médio da rede pública. A expansão da oferta é o problema central ainda.
Os mais pobres dependem da escola pública, a classe média também. Pelo menos 31,8% das matrículas apontam para nível socioeconômico médio e 23,1% médio-alto. É lamentável que isso não se transforme em energia cívica pela sua melhoria, mas sim em ataques contra os professores, escolas e universidades.
Existe correlação entre nível socioeconômico e aprendizagem. Os mais pobres aprendem pouco. Os mais ricos aprendem muito. Para os primeiros ainda temos a reprovação e o abandono. Para os segundos a progressão e o sucesso escolar.
Depois de anos de expansão da rede pública de ensino, ainda temos 1,4 milhão de crianças e jovens fora da escola. Apesar dos avanços não universalizamos de fato, esse número mostra que ainda persiste a exclusão escolar, iniciativas do Unicef como o “Fora da Escola Não Pode” merecem todo o reconhecimento e apoio.
É chocante que 20,1% dos professores da educação básica ainda não possuam nível superior e daqueles que possuem 63,1% nunca fizeram pós-graduação. A educação ao longo da vida é decisiva para a qualidade, tantos programas de formação realizados ao longo dos anos e isso persiste. O centro da qualidade do ensino é o professor, o professor precisa ser permanentemente qualificado, por isso a formação continuada é tão necessária.
Biblioteca escolar no Brasil ainda é um privilégio de poucos. 54,3% dos estabelecimentos de ensino não possuem bibliotecas. Se perguntarmos sobre o bibliotecário esse percentual se torna mais desconfortante. Biblioteca é civilizatório, não acessório.
Não é possível ter cultura leitora sem livros, certamente isso ajuda a explicar o fato de que 70,9% dos jovens que concluem o ensino médio no país não aprendem o básico da língua portuguesa e 90,9% não aprendem matemática. A educação básica se torna uma máquina de enganação, frustrando sonhos e vidas de nossas crianças e jovens.
Por fim, a crise de aprendizagem é o maior e mais importante problema da educação básica brasileira. De cada 100 que ingressam na escola, 90 concluem os anos iniciais do fundamental, 76 os anos finais e 64 concluem o ensino médio. Eis o que deveria ser priorizado por todos os responsáveis pelas políticas educacionais.
Em primeiro lugar, o gigantismo da rede pública de educação básica: 39,4 milhões de matrículas, 2,2 milhões de professores e 141 mil escolas. Rede dessa magnitude não permite amadorismo ou tentativa e erro como eixos de qualquer trabalho que queira ser levado a sério.
A educação profissional continua alijada como alternativa para o ensino médio, apesar da expansão dos últimos anos, 1,13 milhão de matrículas da educação profissional para 6,7 milhões de matrículas no ensino médio da rede pública. A expansão da oferta é o problema central ainda.
Os mais pobres dependem da escola pública, a classe média também. Pelo menos 31,8% das matrículas apontam para nível socioeconômico médio e 23,1% médio-alto. É lamentável que isso não se transforme em energia cívica pela sua melhoria, mas sim em ataques contra os professores, escolas e universidades.
Existe correlação entre nível socioeconômico e aprendizagem. Os mais pobres aprendem pouco. Os mais ricos aprendem muito. Para os primeiros ainda temos a reprovação e o abandono. Para os segundos a progressão e o sucesso escolar.
Depois de anos de expansão da rede pública de ensino, ainda temos 1,4 milhão de crianças e jovens fora da escola. Apesar dos avanços não universalizamos de fato, esse número mostra que ainda persiste a exclusão escolar, iniciativas do Unicef como o “Fora da Escola Não Pode” merecem todo o reconhecimento e apoio.
É chocante que 20,1% dos professores da educação básica ainda não possuam nível superior e daqueles que possuem 63,1% nunca fizeram pós-graduação. A educação ao longo da vida é decisiva para a qualidade, tantos programas de formação realizados ao longo dos anos e isso persiste. O centro da qualidade do ensino é o professor, o professor precisa ser permanentemente qualificado, por isso a formação continuada é tão necessária.
Biblioteca escolar no Brasil ainda é um privilégio de poucos. 54,3% dos estabelecimentos de ensino não possuem bibliotecas. Se perguntarmos sobre o bibliotecário esse percentual se torna mais desconfortante. Biblioteca é civilizatório, não acessório.
Não é possível ter cultura leitora sem livros, certamente isso ajuda a explicar o fato de que 70,9% dos jovens que concluem o ensino médio no país não aprendem o básico da língua portuguesa e 90,9% não aprendem matemática. A educação básica se torna uma máquina de enganação, frustrando sonhos e vidas de nossas crianças e jovens.
Por fim, a crise de aprendizagem é o maior e mais importante problema da educação básica brasileira. De cada 100 que ingressam na escola, 90 concluem os anos iniciais do fundamental, 76 os anos finais e 64 concluem o ensino médio. Eis o que deveria ser priorizado por todos os responsáveis pelas políticas educacionais.
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