Jhonatan Almada, historiador, escreve as sextas-feiras no Jornal Pequeno
Passada
em parte a turbulência política conjuntural e com velhos os usos e desusos do
Estado para enriquecimento ilícito, recordo os gregos. O mais elevado objetivo
da vida entre os antigos gregos era a “Timé”, isto é, a estima social
que o indivíduo obtém enquanto fruto de seus feitos e atitudes no passado e no
presente. A Timé durante a vida tem como contrapartida o “Kléos”
no futuro. O Kléos é a fama como o
mais elevado dos valores, a qual se obtém até com o sacrifício da própria vida,
distante do conceito atual de fama. Não ser esquecido após a morte era
considerado o máximo de aspiração individual. Reinventar a atividade dos homens
de Estado como busca pelo bem comum e pela estima social como valores
norteadores é um desafio cada vez mais visível, ante o descrédito dos políticos
e das instituições representativas.
Semanas intensas tem sido
vivenciadas por aqueles e aquelas que carregam a responsabilidade de
implementar as políticas públicas do atual governo. Por um lado, é forte a
percepção coletiva de que uma paralisia acometia os órgãos governamentais ante
um grande volume de problemas e ações por fazer. O trabalho da Secretaria de
Transparência e Controle tem trazido à luz os germes da corrupção. Por outro
lado, também cresce a percepção de que muitas ações demandam inteligência, não
grandes somas de dinheiro. Existem iniciativas da Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Inovação (Secti) que buscam agir em duas frentes fundamentais: a
urgente e a estratégica.
Diante dos baixíssimos
resultados obtidos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), lançamos o
Programa Pré-Universitário (PreUNI), o qual consiste na disponibilização de um
aplicativo para celular com um curso preparatório completo e gratuito, onde os
estudantes podem revisar os conteúdos do exame, bem como, na realização de
aulões de revisão na capital e em uma dezena de cidades do interior, contando
com apostilas elaboradas para cada área de conhecimento. Essa é uma ação de
curto prazo.
A ação estratégica passa
pela reorganização da rede pública de ensino, com a construção de núcleos de
educação integral e de unidades do Instituto Estadual de Educação, Ciência e
Tecnologia (Iema) para oferta de educação profissional e tecnológica. Essas
duas linhas de trabalho na área educacional possibilitarão mais criatividade,
qualidade e eficácia no ensino médio, oportunizando itinerários formativos
diversificados e enriquecedores aos estudantes.
Uma segunda ação
estratégica passa pela ampliação das oportunidades educacionais. Nesse sentido,
lançamos o Programa Cidadão do Mundo, oferecendo anualmente, 100 bolsas de
estudo no valor de R$ 1.500,00 para que os jovens possam aprender um idioma
estrangeiro. O Programa beneficia alunos egressos ou integrantes de escolas da
rede pública de ensino, de escolas vinculadas a entidades paraestatais (Sistema
S) ou mantidas por fundações sem fins lucrativos (como a Fundação Bradesco).
Todos os custos de viagem e permanência no país escolhido são cobertos pelo
Programa. O principal critério de seleção é a nota do Enem.
Outra ação estratégica é
a valorização e reconhecimento dos professores. A criação do Prêmio Mais IDH
para a Ciência, Tecnologia e Inovação, e a Medalha Eduardo Campos é um exemplo.
O Prêmio é concedido a pesquisadores, inventores, estudantes de ensino médio,
estudantes de ensino superior ou instituição que tenham contribuído para a
melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado do Maranhão a
partir de um trabalho ou do conjunto da obra científico-acadêmica, devidamente
fundamentada e comprovada. Eduardo Campos, quando Ministro da Ciência e
Tecnologia institucionalizou a Semana Nacional desse setor e as Olimpíadas
Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
Na próxima semana, iremos
lançar o SCIENTIA, Laboratório de Experiências Inovadoras no Ensino de Ciências
e Matemática. Será um grande banco de inovação no ensino. Qualquer professor de
ciências, física, química, biologia, matemática, computação, engenharia ou
astronomia poderá inscrever sua inovação na área do ensino. Além de dar
visibilidade ao trabalho dos professores, o banco identifica e valoriza essas
experiências, possibilitando seu credenciamento, certificação, publicação e
premiação. Esse repositório também permitirá que outros professores se inspirem
nas boas práticas que já existem na rede de ensino e também criem suas próprias
inovações.
Por último e a
propósito do Dia do Historiador, 19 de agosto, sempre bom lembrar a bela letra
de Pablo Milanés. A História “é um trem riscando trilhos. Abrindo novos
espaços. Acenando muitos braços. Balançando nossos filhos.
Comentários
Postar um comentário