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CIDADÃO DO MUNDO



Jhonatan Almada, historiador, escreve as sextas-feiras no Jornal Pequeno


Recentemente lançamos o edital “Maranhão no Ciência sem Fronteiras” com o objetivo de identificar, reconhecer e valorizar a participação dos maranhenses nesse importante programa do governo federal. Temos recebido inúmeros relatos de experiência dos participantes que retornaram. Todos, sem exceção, sublinham o caráter único e impactante da experiência de intercâmbio em suas vidas. Não só do ponto de vista do conhecimento adquirido, como também da vivência experimentada. Atestam o sucesso desse programa.

Países como Chile e Argentina também criaram seus programas para a concessão de bolsas de estudo no exterior com o objetivo de superar entraves e limitações em termos de pessoal altamente qualificado. O conhecimento se tornou fator crucial para o desenvolvimento. Essa constatação aparentemente óbvia, demorou a chegar entre nós e ainda não se concretizou em toda sua plenitude. Apesar disso, os exemplos, nacional e internacionais, tem gerado um conjunto de políticas similares a somar-se nesse circuito virtuoso. 

O Programa Cidadão do Mundo é uma iniciativa pioneira do atual governo em relação aos que o precederam. Inspirado no programa Ganhe o Mundo de Pernambuco, objetiva propiciar a realização de intercâmbio internacional a jovens maranhenses de 18 a 24 anos, egressos de escolas públicas. O intercâmbio permitirá a aprendizagem de um idioma estrangeiro (inglês, espanhol ou francês) e a vivência cultural no país de destino. Abre-se uma janela de oportunidade aos jovens, antes restrita aos filhos das classes mais ricas.

O Programa vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação contribuirá para elevarmos a capacitação bilíngue e a inserção internacional do Maranhão. As pesquisas que fundamentaram a formulação do programa apontam que para cada 5 mil alunos da rede pública maranhense, apenas 1 tem habilidade linguística suficiente para concorrer com os da rede privada. Na mesma linha, dados do Programa Ciência Sem Fronteiras evidenciam que ocupamos a 16ª posição nacional no envio de estudantes.

Recordo que nas discussões sobre cidadania, em geral, cita-se a expressão pitoresca: “brasileiro mora no município, não na União”. Destaca-se o elemento local que cria a identificação com a terra. Entretanto, pelo menos desde que o homem se afirmou em sociedade, andar pelo mundo, conhecer outras culturas e recuperar o universal de humanidade que podemos depreender de cada país faz parte do processo de aprendizagem. A cidadania local se projeta na cidadania global, cuja grande bandeira está na luta em defesa dos direitos humanos consagrados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O filósofo francês René Descartes em seu Discurso do Método empregou boa parte de sua juventude “em viajar, em ver cortes e exércitos, em conviver com pessoas de diversos temperamentos e condições, em recolher várias experiências”, estudando no “grande livro do mundo”. Essa experiência foi fundamental para o que depois ficou conhecido como método, ponto de partida para a construção do conhecimento científico até hoje.

Em um momento conturbado da vida nacional, a pauta conservadora desconstrói a significativa redução da desigualdade social do Brasil, fruto dos últimos 12 anos de políticas públicas federais exitosas. Defender e investir em educação se tornou ato de coragem. Aos covardes cumpre urdir golpes. Aos corajosos propor políticas de Estado para continuar reduzindo as desigualdades e abrir janelas aos jovens. Plantamos futuros, repudiamos o golpe e o linchamento da juventude.

Estamos muito orgulhosos de poder registrar o Programa Cidadão do Mundo nos anais históricos das políticas públicas do Governo do Estado do Maranhão, com a Lei Nº 10.286 e o Decreto Nº 30.959, de 21 de julho de 2015. Não trabalhamos para estar na foto ou na mesa do poder, mas para inscrever nosso nome na história. Isso é maior que a mediocridade midiática. É fruto do trabalho de uma equipe revestida de esperanças, conhecimento técnico, capacidade de realização e compromisso político com o desenvolvimento de nosso estado.

Comentários

  1. Ótima oportunidade dada pelo governo..Espero poder participar e realizar um dos grandes objetivos na vida, que é o conhecimento de outra língua, outra cultura!

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