Jhonatan
Almada, historiador
O Maranhão tem
singularidades muito próprias que ao principiante podem escapar em uma primeira
mirada. Temos uma oposição desorientada que se declara contra a criação de
novas Universidades, mas vota a favor da criação. Temos certos setores
conservadores que não querem ver os maranhenses mais humildes viajarem para o
exterior. Temos gente que acredita na capacidade do Governo de Estado de fazer
política econômica, algo exclusivo da União. Encontramos até quem acredite que
o Governo do Estado tem de fazer todas as obrigações dos municípios, isentando
as prefeituras do seu papel de ente federativo com responsabilidades próprias.
Essas singularidades
evidenciam o enorme desafio que enfrentamos ao realizar Governo voltado para os
interesses e necessidades dos mais humildes, sem descuidar do apoio ao setor
empresarial. Equilíbrio que tem assegurado mais empregos e crescimento
econômico ao Maranhão, respaldando-nos em gestão fiscal séria, transparente e
reconhecida internacionalmente pelas principais agências externas de avaliação
de risco.
O debate sobre a
contribuição da ciência, tecnologia e inovação foi incorporado à sociedade,
colocamos na agenda um setor antes relegado a papel secundário. Fizemos isso
sem recorrer a pirotecnias, unicamente focamos em ações de formação de pessoas,
criação de infraestrutura tecnológica e fomento de áreas estratégicas para que
possamos crescer com sustentabilidade. Não foi simples organizar e planejar no
curto prazo, mais complexo ainda construir no longo prazo.
Cito o exemplo do setor
aeroespacial que estamos priorizando com atenção especial. O grande sentido do
que estamos fazendo passa pela geração de emprego e renda no Maranhão,
transformando o potencial em real. Por isso, o primeiro eixo é o de formação de
pessoas, onde articulamos a graduação em Engenharia Aeroespacial (UFMA/ITA),
abrimos o Mestrado Profissional (UEMA/ITA) e estamos construindo a proposta do
Doutorado Profissional em Rede (UFMA/UEMA/UFC/UFRN/UFPE/ITA). O diferencial da
formação delineada é a relação com o mundo produtivo, a pesquisa estará à
serviço da solução de problemas nas empresas a partir da inovação.
Deveremos apoiar forte
processo de internacionalização que contemple estágios e workshops dos nossos
estudantes e pesquisadores em empresas de referência, enriquecendo as pesquisas
desenvolvidas, mas sobretudo, prospectando futuros negócios em
complementaridade com os clusters da área aeronáutica e espacial existentes no
mundo.
O segundo eixo se
refere à infraestrutura tecnológica que se baseia no Parque Tecnológico em
rede. Teremos a elaboração do projeto de viabilidade, a implantação de
laboratórios de nanossatélites e hub de inovação, a capacitação para futuros
empreendedores no setor, o mapeamento dos arranjos produtivos que poderão ser
desenvolvidos e o levantamento da infraestrutura laboratorial existente nas
instituições de pesquisa. Esse conjunto deverá fluir para a criação do primeiro
Parque Tecnológico do Maranhão.
O terceiro eixo se
refere ao fomento de áreas estratégicas que temos priorizado por intermédio da
criação dos Institutos Estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação (IECTs), com
apoio e financiamento da FAPEMA. Temos os de energias renováveis, biotecnologia
e economia criativa em implantação, esperamos receber propostas na área de
agricultura familiar, doenças tropicais e engenharia aeroespacial.
Precisamos virar a
página de uma ciência autocentrada que recebe milhões de reais por ano e não
consegue sequer esboçar seus resultados para além dos interesses individuais de
quem pesquisa. Nosso objetivo é a que ciência seja de fato instrumento de
transformação social para um Maranhão desenvolvido, eis ao que nos dedicamos
com bastante rigor.
A educação científica é
chave para que essa outra ciência seja possível, temos construído esse caminho
pela implantação das unidades do Instituto Estadual de Educação, Ciência e
Tecnologia (IEMA), a realização do programa Luminar Caravana da Ciência e a
criação do Centro de Educação Científica do IEMA. Iniciativas estruturantes que
se mostram fecundas em possibilidades e oportunidades para uma nova geração de
maranhenses, autônomos, solidários e competentes.
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