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A volta da educação que nunca foi (do governo Roseana)

A volta da educação que nunca foi (do governo Roseana)


A principal característica da política educacional do governo estadual do Maranhão desde a primeira gestão de Roseana Sarney é o cabal desconhecimento dos secretários da pasta sobre o assunto e a imitação pura e simples da política estabelecida pelo governo federal.

Consequência disso, a política educacional sempre foi traduzida em: (1) construção de escolas, (2) contratação de professores, (3) capacitações de professores e diretores, (4) ampliação das matrículas; não necessariamente nesta ordem. Nunca enfrentaram o problema mais dramático que é o da qualidade do ensino oferecido pela rede estadual, não por que não quisessem, mas por que não só não sabem como enfrentar isso, como também os governantes e a elite política tradicional não se interessam por essa política em outro sentido que não o daquela quadra já aludida.

Qualidade da educação não é algo que volta, por que nunca esteve presente na história recente da política educacional do Maranhão, mas algo mais complexo, envolvendo dimensões extra e intra-escolares, cuja a quadra dos neófitos que sempre estiveram a frente da Secretaria abarca apenas a parcela mais visível eleitoralmente. Mesmo aqui é preciso fazer ressalvas, pois das vagas publicadas no edital apenas alguns foram convocadas: bem abaixo do número estabelecido.

O novo slogan do governo Roseana Sarney é a consagração mais forte do clientelismo: governar é cuidar das pessoas. As pessoas não precisam ser cuidadas como se o governo fosse uma mãe, mas querem ter acesso aos serviços públicos por que é direito seu, não presente de governantes modernos apenas na mídia.

Em outra oportunidade dissemos que educação é muito mais que tijolos e cimento, completamos: é muito mais que professores, capacitações e matrículas. Não vislumbramos mudança nessa visão pelo governo presente, que acha que governar não é abrir estradas, como dizia certo presidente no início do século XX, mas sobretudo divulgar que elas foram feitas.

É no mínimo irônico que quem construiu amplo patrimônio econômico com base na acumulação primitiva propiciada pelo exercício do poder no Maranhão, acuse a oposição de tais práticas. Nossa oposição, por mais importante que seja para a alternância do poder político tão cansadamente reivindicada, ainda reproduz um discurso que prima por não se diferenciar. Para além disso, reproduz um ritmo e uma intensidade muito aquém do que a conjuntura histórica demanda.

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