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Mostrando postagens de setembro, 2015

CRÍTICA AO FINGIMENTO (A CRISE DE NOVO)

Jhonatan Almada, historiador, escreve às sextas-feiras no Jornal Pequeno O Brasil novamente vive uma quadra difícil. Uns apresentam-na como o fim do mundo. Outros como o início do fim. Ambos estão errados. Não é a primeira, nem será a última crise que iremos enfrentar. Vivemos em um país natural e culturalmente rico, com peso e estatura econômica, com povo sempre capaz de um sorriso em meio aos mais insólitos problemas, sobranceiro. Sobranceria no sentido de se sobrepor e ultrapassar esses problemas. A crise passará. O que faremos para sair dela não está claro. O Congresso Nacional finge que não precisa cortar nada de seu orçamento e que a culpa é do Governo Federal. A imprensa finge que cortar Ministérios e cargos é algo simples e rapidamente realizável como ato de vontade do Presidente sem qualquer consequência para a manutenção da base aliada ou para a execução das políticas públicas. O Judiciário ignora os problemas e flana encapado de preto como vestal inatingível, mas d

AJUSTE DE QUEM?

Jhonatan Almada, historiador, escreve as sextas-feiras no Jornal Pequeno O debate em torno do ajuste fiscal coloca uma situação no mínimo insolvível. Por um lado, o Governo Federal é criticado por mandar orçamento com déficit. Por outro, o Congresso Nacional é criticado por não aceitar elevação de impostos para cobrir o déficit. A questão de fundo nessa gangorra e ainda intocada é o pagamento das emendas parlamentares que quando incorporadas ao orçamento aumentarão significativamente o déficit. Nunca fomos um país de realismo orçamentário, talvez de ficção orçamentária. O orçamento em si sempre foi um exercício de fé e alguns raios de razão. Está assentado em estimativas de receita, quase sempre derivadas dos impostos. Partem do princípio de que tudo permanecendo conforme planejado, tudo dará certo. Logo em seguida, o Ministério do Planejamento e o Ministério da Fazenda contingenciam o orçamento. Pouco ou quase nada é liberado nos primeiros 8 meses do ano, muito é li

CRÍTICA À INDIFERENÇA

Jhonatan Almada, historiador, escreve às sextas-feiras no Jornal Pequeno A velha Europa que nos legou tanto em termos de civilização e humanismo teve seus altos e baixos ao longo da história. A mesma Europa do Renascimento e das Revoluções, foi a Europa da Inquisição e do Nazismo. A Europa que forjou o direito, também alimentou as ditaduras. A Europa que inventou a democracia, semeou o colonialismo e o ideal do homem branco. Poderíamos ampliar essa lista a exaustão.  Acredito que esses altos e baixos não sejam claros para a maioria das pessoas, cativas de uma imagem cristalizada de riqueza, elites, impérios, cultura erudita e altíssimo padrão de existência. Esse cristal foi quebrado nas últimas semanas. Todos os valores declamados ou impostos pelos europeus ao mundo se viram mudos ante a violência, o descaso e a desumanidade com que crianças, homens e mulheres refugiados ou imigrantes estão sendo tratados. Estrangeiros expulsados pela pobreza e pela guerra atraídos ou não