Eu, que sou cego, - mas só peço luzes...Que sou pequeno, - mas só fito os Andes..., Canto nest'horaCastro Alves
Por mais que saibamos, sempre há por saber, infindável e inumerável é o conhecimento, por isso precisamos de mais luzes para ir clareando aquilo que for possível, pois curta é a vida. Sábio é saber-se cego e buscar as luzes.
Ante esse conhecimento infinito e a vida curta nos sabemos pequenos, um entre bilhões de almas do mundo. Porém, cientes disso, precisamos ter ambição e ousadia para olhar mais longe e mais alto, deixando a marca da nossa singularidade, o nosso canto.
Existe a hora, o tempo propício para o canto, mas não há precisão. Pode ser o longo tempo em que o rio leva para fazer polida a pedra bruta. Talvez seja aquele curto espaço de tempo que leva para o beija-flor bater as asas e voar. É um dos mistérios da existência humana.
Ante o tumulto do mundo é preciso recolhimento para a reflexão, assim abre-se a janela de tempo e podemos fazer como a máquina que minera e separa o precioso do descartável. A palavra não é necessária ainda, somente a lavoura do pensamento.
Tudo pesado e separado, o pensamento ganha a luz pela palavra, por ser flecha que não volta ao ser atirada há de ter-se zelo e paciência. É delicada neste início e precisa de intenso trabalho para ganhar densidade e ressoar como a pedra no lago, produzindo ondas e espraiando.
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