Se as decisões não são combinadas com os principais interessados ou responsáveis, se são impostas, ninguém pode reclamar quando não derem certo, isso é uma verdade de difícil questionamento no âmbito das políticas públicas de educação. Vejo, mais uma vez, a agenda do político se impor sobre a agenda da sociedade. A agenda da sociedade está delineada no Plano Nacional da Educação, nos Planos Estaduais e Municipais.
É lamentável observar que ao arrepio de toda evidência e ignorando décadas de acúmulos em estudos e pesquisas, o Governo Federal queime nosso dinheiro público. Foi publicado o estudo “Excelência com equidade no ensino médio: a dificuldade das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas”, produzido pelo IEDE, Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Itaú BBA.
O estudo adotou os seguintes critérios para selecionar as escolas que melhor contribuem para o aprendizado de estudantes com vulnerabilidade e baixa renda: a) nível socioeconômico baixo; b) proficiência de 275 em português e 300 em matemática; c) taxa de aprovação de 95%; d) estar igual ou acima da média nacional do Enem nas provas objetivas, redação e nas quatro áreas do conhecimento.
O primeiro impacto: de 5.042 escolas analisadas, somente 100, ou seja, 2% do total preencheram tais critérios. O fato é que a maioria das escolas não garante o aprendizado básico para os estudantes que mais precisam, portanto, não contribuem para desmontar a máquina da desigualdade. A escola pública no Brasil ainda é uma grande enganação meu caro leitor, a maioria delas.
O segundo impacto: o estudo destaca que 82% das 100 escolas identificadas funcionam em tempo integral, sendo 9,5% delas no Ceará, 4,1% no Espírito Santo e 2,7% em Pernambuco. Os grandes estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul só possuem 2 escolas cada um.
O estudo diz que não analisou o ensino profissional e recomenda ser importante fazê-lo. Essa ausência talvez os tenha levado a omitir que das 100 melhores, no mínimo 62 são escolas técnicas. Ao não analisar esse aspecto crucial o estudo perdeu parte da sua potencialidade, pois as escolas bem-sucedidas são escolas técnicas de tempo integral.
O que as escolas de bons resultados têm em comum? a) tomada de decisão baseada em evidência; b) foco no monitoramento da aprendizagem; c) currículo diversificado; d) parceria entre professores e alunos; e) boa interlocução escola, famílias e comunidades e f) estratégias pedagógicas sintonizadas com a realidade específica dos estudantes.
O que falta para mais escolas chegarem lá? Além dos fatores já mencionados, falta: políticas de rede, currículo como norteador das ações pedagógicas, formação continuada de professores e o financiamento adequado para que esses desafios sejam enfrentados e superados.
Frente a esses resultados e as ponderações que faço ante o maior investimento e custeio para se adotar o modelo de escolas de tempo integral ou escolas técnicas, vem o Governo Federal com a solução de construir 216 escolas militares até 2023. É o fim da picada meus amigos. Essa é a solução de escala para 39 milhões de estudantes da rede pública de educação básica do Brasil em suas 141 mil escolas? É correto entregar 1 milhão para cada escola se tornar cívico-militar e deixar a mingua as demais?
Não é a solução, isso é um desrespeito com a inteligência do povo e vejo a mídia do Maranhão criticando os governantes que não aderiram a essa maluquice do Governo Federal. A verdade meus amigos é que vivemos tempos de ignorância coletiva e delírios com fardas e hinos. Educação exige seriedade e decisões baseadas em evidência, acredito que um dia chegaremos lá como país.
É lamentável observar que ao arrepio de toda evidência e ignorando décadas de acúmulos em estudos e pesquisas, o Governo Federal queime nosso dinheiro público. Foi publicado o estudo “Excelência com equidade no ensino médio: a dificuldade das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas”, produzido pelo IEDE, Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Itaú BBA.
O estudo adotou os seguintes critérios para selecionar as escolas que melhor contribuem para o aprendizado de estudantes com vulnerabilidade e baixa renda: a) nível socioeconômico baixo; b) proficiência de 275 em português e 300 em matemática; c) taxa de aprovação de 95%; d) estar igual ou acima da média nacional do Enem nas provas objetivas, redação e nas quatro áreas do conhecimento.
O primeiro impacto: de 5.042 escolas analisadas, somente 100, ou seja, 2% do total preencheram tais critérios. O fato é que a maioria das escolas não garante o aprendizado básico para os estudantes que mais precisam, portanto, não contribuem para desmontar a máquina da desigualdade. A escola pública no Brasil ainda é uma grande enganação meu caro leitor, a maioria delas.
O segundo impacto: o estudo destaca que 82% das 100 escolas identificadas funcionam em tempo integral, sendo 9,5% delas no Ceará, 4,1% no Espírito Santo e 2,7% em Pernambuco. Os grandes estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul só possuem 2 escolas cada um.
O estudo diz que não analisou o ensino profissional e recomenda ser importante fazê-lo. Essa ausência talvez os tenha levado a omitir que das 100 melhores, no mínimo 62 são escolas técnicas. Ao não analisar esse aspecto crucial o estudo perdeu parte da sua potencialidade, pois as escolas bem-sucedidas são escolas técnicas de tempo integral.
O que as escolas de bons resultados têm em comum? a) tomada de decisão baseada em evidência; b) foco no monitoramento da aprendizagem; c) currículo diversificado; d) parceria entre professores e alunos; e) boa interlocução escola, famílias e comunidades e f) estratégias pedagógicas sintonizadas com a realidade específica dos estudantes.
O que falta para mais escolas chegarem lá? Além dos fatores já mencionados, falta: políticas de rede, currículo como norteador das ações pedagógicas, formação continuada de professores e o financiamento adequado para que esses desafios sejam enfrentados e superados.
Frente a esses resultados e as ponderações que faço ante o maior investimento e custeio para se adotar o modelo de escolas de tempo integral ou escolas técnicas, vem o Governo Federal com a solução de construir 216 escolas militares até 2023. É o fim da picada meus amigos. Essa é a solução de escala para 39 milhões de estudantes da rede pública de educação básica do Brasil em suas 141 mil escolas? É correto entregar 1 milhão para cada escola se tornar cívico-militar e deixar a mingua as demais?
Não é a solução, isso é um desrespeito com a inteligência do povo e vejo a mídia do Maranhão criticando os governantes que não aderiram a essa maluquice do Governo Federal. A verdade meus amigos é que vivemos tempos de ignorância coletiva e delírios com fardas e hinos. Educação exige seriedade e decisões baseadas em evidência, acredito que um dia chegaremos lá como país.
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