Observo no Brasil ataque aberto contra as instituições públicas, conforme elas atrapalhem ou não os interesses dos governantes que ocupam o Planalto. Esses ataques seguem um roteiro pré-determinado, cujo objetivo pode ser mudar o dirigente principal daquela instituição, privatizá-la ou extingui-la, depende do quanto sua existência impede os governantes de avançarem nos seus interesses de grupo.
O primeiro passo é atacar o dirigente da instituição. Os grupos internos não percebem logo o objetivo, imaginam que é só mudar o dirigente, trocar por um que seja canino ao governante. Nesse momento, os que não guardam simpatia pelo chefe se articulam para sua derrubada e pensam em ocupar o seu lugar. Ledo engano, o objetivo é colocar alguém de fora que faça o trabalho sujo.
O segundo passo é atacar o trabalho da instituição. Duvida-se dos seus integrantes, resultados e informações, tudo é colocado em uma vala comum de mediocridade. Até aqui ainda não se percebe o objetivo, os tolos acreditam que basta se modernizarem e bradarem seus relatórios técnicos aos quatro cantos para calar o gado extremista que lhe deseja ruminar. Não adianta.
O passo seguinte é achincalhar as reputações dos seus integrantes e da própria instituição. Não faltam blogueiros amigos e mídias dispostas a fazer isso. Só que existe um problema: não há domínio completo dos meios de comunicação em tempos de internet, se pode controlar e pagar alguns, mas não todos. É nessa hora que começa a ruir e se revelar o objetivo até então escondido.
Os tiros de misericórdia vêm com o contingenciamento e os cortes orçamentários, acompanhados pelas retenções financeiras. É óbvio que a insolvência fiscal do Estado cria uma áurea de justificativa para essa medida. Contudo, ela foi antecedida pelas que mencionamos, sozinha seria prática cotidiana de quem lida com o orçamento público, acompanhada desse conjunto é o coroamento do objetivo pretendido pelo governante.
Os membros da instituição ensaiam reagir e se mobilizam para evitar o pior. Se a instituição tem algum vínculo no coração do povo é possível que consigam sensibilizar, se ela cumpre funções técnicas ou científicas fica mais difícil. As pessoas não ligam muito se alguém monitora o clima por satélite ou se outros se dedicam a pesquisar o fígado do muçuã. Os servidores passam a compreender a relevância da divulgação e popularização da ciência, tardiamente.
O governante para disfarçar o indisfarçável começa a diluir ou dividir as competências originais da instituição, primeiro canibalizam, subordinam e abastardam para depois retirar poder decisório, esvaziando-a. Reino dividido é reino condenado à destruição. Isso é seguido de rasgados elogios à iniciativa privada, surgem nomes de empresas nos discursos, preferencialmente multinacionais, que fazem o trabalho melhor que a instituição pública.
Por fim, as que podem ter lucro são privatizadas, as que não tem lucratividade por cumprirem funções sociais são extintas. A crônica da morte anunciada se cumpre e os que tem olhos atentos e consciência da importância das instituições públicas se veem poucos, incapazes e frustrados. Quando se mata uma instituição, se mata um pedaço do país e de sua história, todos nós morremos um pouco.
O primeiro passo é atacar o dirigente da instituição. Os grupos internos não percebem logo o objetivo, imaginam que é só mudar o dirigente, trocar por um que seja canino ao governante. Nesse momento, os que não guardam simpatia pelo chefe se articulam para sua derrubada e pensam em ocupar o seu lugar. Ledo engano, o objetivo é colocar alguém de fora que faça o trabalho sujo.
O segundo passo é atacar o trabalho da instituição. Duvida-se dos seus integrantes, resultados e informações, tudo é colocado em uma vala comum de mediocridade. Até aqui ainda não se percebe o objetivo, os tolos acreditam que basta se modernizarem e bradarem seus relatórios técnicos aos quatro cantos para calar o gado extremista que lhe deseja ruminar. Não adianta.
O passo seguinte é achincalhar as reputações dos seus integrantes e da própria instituição. Não faltam blogueiros amigos e mídias dispostas a fazer isso. Só que existe um problema: não há domínio completo dos meios de comunicação em tempos de internet, se pode controlar e pagar alguns, mas não todos. É nessa hora que começa a ruir e se revelar o objetivo até então escondido.
Os tiros de misericórdia vêm com o contingenciamento e os cortes orçamentários, acompanhados pelas retenções financeiras. É óbvio que a insolvência fiscal do Estado cria uma áurea de justificativa para essa medida. Contudo, ela foi antecedida pelas que mencionamos, sozinha seria prática cotidiana de quem lida com o orçamento público, acompanhada desse conjunto é o coroamento do objetivo pretendido pelo governante.
Os membros da instituição ensaiam reagir e se mobilizam para evitar o pior. Se a instituição tem algum vínculo no coração do povo é possível que consigam sensibilizar, se ela cumpre funções técnicas ou científicas fica mais difícil. As pessoas não ligam muito se alguém monitora o clima por satélite ou se outros se dedicam a pesquisar o fígado do muçuã. Os servidores passam a compreender a relevância da divulgação e popularização da ciência, tardiamente.
O governante para disfarçar o indisfarçável começa a diluir ou dividir as competências originais da instituição, primeiro canibalizam, subordinam e abastardam para depois retirar poder decisório, esvaziando-a. Reino dividido é reino condenado à destruição. Isso é seguido de rasgados elogios à iniciativa privada, surgem nomes de empresas nos discursos, preferencialmente multinacionais, que fazem o trabalho melhor que a instituição pública.
Por fim, as que podem ter lucro são privatizadas, as que não tem lucratividade por cumprirem funções sociais são extintas. A crônica da morte anunciada se cumpre e os que tem olhos atentos e consciência da importância das instituições públicas se veem poucos, incapazes e frustrados. Quando se mata uma instituição, se mata um pedaço do país e de sua história, todos nós morremos um pouco.
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