O livro “Nossa escola é uma calamidade” de Darcy Ribeiro foi publicado há 35 anos. Ali ele apresenta sua crítica ao sistema educacional, em especial, quanto à então escola primária. Como intelectual fiel a si mesmo, vai além da crítica, propõe medidas para solucionarem esse problema, nascia os Centros Integrados de Educação Pública. Penso que após tantas décadas é necessário escrevermos outro livro para destacar as transformações e experiências positivas que surgiram no Brasil.
A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica com os Institutos Federais, Cefets MG e RJ, Colégios Técnicos e Universidades Tecnológicas é um exemplo de êxito quando pensamos a educação profissional de nível médio e superior. O professor Rogério Telles, do Instituto Federal do Maranhão-IFMA sempre cita os resultados da última avaliação internacional do PISA, a Rede Federal se fosse um país estaria em 11º lugar em Ciências, 2º lugar em Leitura, à frente de Canadá e Hong Kong, e 30º lugar em Matemática.
Todo legado educacional é sensível à conjuntura. Projetos bem concebidos, implantados e que funcionavam em determinado governo podem ser destruídos no governo seguinte, basta o entendimento de prioridade mudar. É claro, sempre existe o desejo de criar a própria marca em vez de continuar as políticas que deram certo. Isso é um dos maiores problemas brasileiros quando a pauta é política educacional.
Não é à toa que o documento “Educação Já” elenca cinco desafios políticos para o Brasil: blindagem da gestão educacional em relação a clientelismos; estruturação de equipes de alta qualidade técnica; decisão de dar continuidade às políticas de sucesso iniciadas por gestões anteriores; compromisso com a implantação de ações respaldadas pelas evidências e pelo conhecimento acumulado e força política para enfrentar eventuais resistências a processos de mudança.
As instituições educacionais tem o enorme defeito de falar para dentro, pregar aos convertidos. A interlocução com a sociedade e as demais políticas públicas obedece aos espasmos de cada momento e por isso caem no isolamento. Este tempo exige tecer redes e alianças, saber comunicar os feitos e conquistar apoios como medidas básicas para sair da sobrevivência e ingressar na vivência.
Tal roteiro foi seguido por projetos exitosos como a cidade de Sobral no Estado do Ceará, a melhor educação pública municipal do Brasil. O ponto não é rejeitar a política, mas como relacionar-se respeitosamente para que a educação seja fortalecida e a política contemplada sem prejuízo dos resultados a serem obtidos, resultados em termos de garantia dos direitos de aprendizagem efetiva dos estudantes.
Penso que isso é racional e desejável. O inverso disso é retirar dos Reitores das Instituições Federais a autonomia de nomear sua equipe de trabalho, colocar a polícia nos campi para patrulhar ideologias e cortar arbitrariamente os investimentos em cursos de humanidades. O caminho é o diálogo.
É lamentável ver a Rede Federal ameaçada por tal confusão, manifesto minha total solidariedade. Ela nasceu como política de governo, hoje se tornou política de Estado e como tal deveria ser tratada. A alta temperatura do período eleitoral não pode ser transferida para o cotidiano das políticas públicas, estamos acompanhando isso neste momento. Aquilo que se iniciou em um governo não se torna exclusivo colonial daquele governo, será apropriado pelo povo como legado.
A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica com os Institutos Federais, Cefets MG e RJ, Colégios Técnicos e Universidades Tecnológicas é um exemplo de êxito quando pensamos a educação profissional de nível médio e superior. O professor Rogério Telles, do Instituto Federal do Maranhão-IFMA sempre cita os resultados da última avaliação internacional do PISA, a Rede Federal se fosse um país estaria em 11º lugar em Ciências, 2º lugar em Leitura, à frente de Canadá e Hong Kong, e 30º lugar em Matemática.
Todo legado educacional é sensível à conjuntura. Projetos bem concebidos, implantados e que funcionavam em determinado governo podem ser destruídos no governo seguinte, basta o entendimento de prioridade mudar. É claro, sempre existe o desejo de criar a própria marca em vez de continuar as políticas que deram certo. Isso é um dos maiores problemas brasileiros quando a pauta é política educacional.
Não é à toa que o documento “Educação Já” elenca cinco desafios políticos para o Brasil: blindagem da gestão educacional em relação a clientelismos; estruturação de equipes de alta qualidade técnica; decisão de dar continuidade às políticas de sucesso iniciadas por gestões anteriores; compromisso com a implantação de ações respaldadas pelas evidências e pelo conhecimento acumulado e força política para enfrentar eventuais resistências a processos de mudança.
As instituições educacionais tem o enorme defeito de falar para dentro, pregar aos convertidos. A interlocução com a sociedade e as demais políticas públicas obedece aos espasmos de cada momento e por isso caem no isolamento. Este tempo exige tecer redes e alianças, saber comunicar os feitos e conquistar apoios como medidas básicas para sair da sobrevivência e ingressar na vivência.
Tal roteiro foi seguido por projetos exitosos como a cidade de Sobral no Estado do Ceará, a melhor educação pública municipal do Brasil. O ponto não é rejeitar a política, mas como relacionar-se respeitosamente para que a educação seja fortalecida e a política contemplada sem prejuízo dos resultados a serem obtidos, resultados em termos de garantia dos direitos de aprendizagem efetiva dos estudantes.
Penso que isso é racional e desejável. O inverso disso é retirar dos Reitores das Instituições Federais a autonomia de nomear sua equipe de trabalho, colocar a polícia nos campi para patrulhar ideologias e cortar arbitrariamente os investimentos em cursos de humanidades. O caminho é o diálogo.
É lamentável ver a Rede Federal ameaçada por tal confusão, manifesto minha total solidariedade. Ela nasceu como política de governo, hoje se tornou política de Estado e como tal deveria ser tratada. A alta temperatura do período eleitoral não pode ser transferida para o cotidiano das políticas públicas, estamos acompanhando isso neste momento. Aquilo que se iniciou em um governo não se torna exclusivo colonial daquele governo, será apropriado pelo povo como legado.
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