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PERCEPÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA



Jhonatan Almada, historiador, escreve às sextas-feiras no Jornal Pequeno

Ante uma reforma ministerial difícil abordo o tema da popularização e divulgação da ciência, tecnologia e inovação. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou uma pesquisa de opinião voltada para a percepção pública sobre C&T. A referida pesquisa nos dá uma dimensão da relevância de se fazer popularização e divulgação no Brasil.  

Ao serem questionados sobre os fatores que determinam os rumos da ciência do mundo, 43,8% dos entrevistados responderam que a própria ciência impõe seus desafios, 31,4% afirmaram ser o mercado, 22,8% afirmaram ser as empresas multinacionais e 19% o governo dos países ricos. Nenhum apontou que as demandas sociais ou os problemas públicos influenciam de alguma forma os rumos da ciência.

Outra pergunta importante foi se as pessoas lembravam de alguma instituição que se dedique a fazer pesquisa científica. Arrasadores 87,2% responderem que não. A minoria que respondeu sim, citou a Fiocruz, Embrapa, Instituto Butantã, USP, IBGE, CNPq, dentre outras. Para o povo não está claro aquilo que é feito no âmbito das instituições de pesquisa e ensino. Algo que continua distante do seu cotidiano, mesmo se considerarmos a expansão das universidades públicas e institutos federais nos últimos anos.

Um terceiro aspecto que também merece reflexão é a resposta à pergunta: você se lembra de algum cientista brasileiro importante? 93,3% responderam que não. Daí o ministro Aldo Rabelo afirmar que nós não temos celebridades da ciência, apesar de abundantes em outras áreas. A minoria do sim citou Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Miguel Nicolelis, Vital Brasil, dentre outros. À exceção de Nicolelis todos os demais não pesquisam mais e suas contribuições remontam ao século passado.
Precisamos auxiliar os pesquisadores na divulgação de seus resultados de pesquisa. No Maranhão, somente a Rádio Universidade realiza esse trabalho de forma heroica e solitária. Esperamos que brevemente a Rádio Timbira também some forças nesse sentido. A Revista Inovação da Fapema é outro veículo estratégico para esse fim. A criação do Laboratório de Pensamento Estratégico (PensE) com um canal no youtube disponibilizando palestras realizadas por pesquisadores locais ou convidados cumpre um papel institucional, mas é pouco em comparação ao que produzimos.
É preciso furar o bloqueio midiático e a pasmaceira dos meios de comunicação. Não é que a população seja avessa à ciência, pelo contrário, é ávida e se tem oportunidade usufruem. Dois eventos específicos provam isso, um que fizemos, outro que faremos. O Maranhão Lunar, evento de observação do eclipse total da lua e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Nós tivemos uma procura significativa pelo Maranhão Lunar, filas extensas se formaram em volta dos telescópios disponibilizados para observação do eclipse. A Praça Maria Aragão ficou lotada de pessoas em busca da ciência. Muitas nunca sequer tinham observado o céu por um telescópio ou sequer sabiam o que era um telescópio. Agradecemos a parceria com o Laboratório Ilha da Ciência da UFMA e a Sociedade de Astronomia do Maranhão para esse evento, o qual virou marco do calendário científico local.
Iremos realizar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia/Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação no período de 19 a 25 de outubro, na Praça Maria Aragão, na capital, contando ainda com atividades no Auditório do Curso de Medicina e nas salas do Núcleo de Cultura Linguística da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Alcançamos 1.655 atividades inscritas nos municípios de Açailândia, Água Doce do Maranhão, Alcântara, Aldeias Altas, Arari, Bacabal, Balsas, Barra do Corda, Buriticupu, Caxias, Centro Novo do Maranhão, Codó, Coelho Neto, Conceição do Lago-Açu, Imperatriz, Itapecuru Mirim, Monção, Paço do Lumiar, Presidente Médici, Rosário, Santa Inês, Santa Luzia, São Bento, São Bernardo, São José de Ribamar, São Luís, São Raimundo das Mangabeiras, Timon, Vitória do Mearim, Vitorino Freire e Zé Doca. 
Diferentemente de outras edições, o conhecimento produzido pelas instituições de ensino e pesquisa terão prioridade na ocupação dos espaços e da programação. Foram inscritos, 1.144 posters de pesquisa, 119 conferências/palestras, 79 Minicursos, 65 oficinas, 14 workshops, 56 mostras científicas, 20 feiras de ciências, 100 stands institucionais, dentre outras atividades. Temos feito enorme esforço organizativo para acatar o maior número possível de propostas e assim realizar evento cientificamente rico.

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