Observando os indicadores educacionais brasileiros nos últimos anos percebo avanços e percalços. Tenho falado deles por aqui. Há uma jabuticaba educacional que surgiu e cresceu: militarização de escolas públicas. Já dissemos que é inconstitucional e sem previsão na LDB.
Governantes insistem nisso como se estivesse tudo bem. O que estão fazendo na verdade é criando uma diferenciação na própria rede escolar, marcando as desigualdades como ferro de boi. A maioria expressiva das escolas segue levando as coisas como podem e do jeito que dá.
Há uma esperança no do Supremo Tribunal Federal quanto ao programa de escolas cívico-militares do Paraná. As famílias queriam e querem escola pública de qualidade. Ora, mas isso nunca foi oferecido pelo Estado para a maioria da população.
dizia que o povo não sabia pedir uma boa escola por nunca ter visto como é uma. Parte da nossa memória foi construída pela filmografia americana de escolas, o chamado padrão platoon. No Brasil se tentou e se tenta copiar algo parecido, a chama de escolas de mostrar.
As escolas de mostrar, de referência ou como queiram, geralmente, são as escolas técnicas ou de tempo integral no padrão arquitetônico do programa Brasil Profissionalizado. Uma delas, na Bahia, viralizou em vídeo pela internet. Viralizou por causar espanto e não ser o padrão.
O nó de tudo isso está nas escolas públicas municipais de ensino fundamental. Incapazes de mudar, mesmo recebendo recursos vultosos, Prefeitos aderem a qualquer agenda do momento, a militarização é uma delas. A pior e o pior aprendizado estão aí.
O Brasil ainda não: a) definiu o padrão mínimo de qualidade de ensino; b) criou o Sistema Nacional de Educação; e c) definiu qual seu projeto de país Esses três elementos são fundamentais para a educação. Sem isso, ela boia nas agendas ocasionais e predatórias até. É o cenário atual.
Minha experiência no setor público me ensinou que nada anda se não houver empenho, dedicação, cobranças e enfrentamentos. Há uma cultura política pobríssima e provinciana que atravessa tudo e todos. Darcy Ribeiro dizia que nada era mais duro e resistente que a cultura.
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