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O PIB do Maranhão e o Brasil



Uma suspeita empresa de consultoria pertencente a ex-ministro, Mailson da Nóbrega, de José Sarney divulgou números extraoficiais apontando retração (crescimento negativo) do PIB maranhense em 3,3% em 2015 e 6,9% em 2016. Esses números vão de encontro às projeções do Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense, do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc). Segundo o Boletim, a previsão de queda do PIB em 2016 é de 3,3%, mais de 50% menor que o “previsto” pela empresa do ex-ministro. 

Por outro lado, o IMESC prevê alta do PIB para 2017 no patamar de 4,0%. Pode-se dizer que o robusto crescimento previsto a este ano já é resultado de duas variáveis: o aumento da arrecadação tributária em 8,1% - o que alavancará a capacidade de investimento do Estado –, os massivos programas de inclusão social e de valorização do serviço público e a recuperação da agricultura (que deverá crescer 16,5% em 2017 após retração causada, também, pelo fenômeno El Niño). 

Não se deve negar que o Maranhão espelha – e muito – o que acontece no país. A crise da economia nacional reflete-se, por exemplo, na queda de repasses do Fundo de Participação de Estados (FPE) na ordem de R$ 1,3 bilhão somente entre janeiro e junho de 2016. No conjunto uma queda deste nível na arrecadação estadual redundaria, como em outros estados da federação, em colapso dos serviços públicos. 

No Maranhão utilizou-se desta crise a uma maior racionalização do sistema de arrecadação tributária, o que não significa que o aumento de arrecadação interna deu-se às custas de arrocho dos servidores e colapso de serviços essenciais. Ao contrário. A expansão dos serviços públicos – na contramão da tendência nacional – brindou o estado com melhorias significativas de indicadores sociais nos dois primeiros anos de governo. Interessante notar que começa a se delinear no estado do Maranhão uma dinâmica própria de crescimento que combina dinamismo do setor exportador (agricultura) com ênfase ao consumo de massas.

A desonestidade política e intelectual deste tipo de nota suspeita não permite aos seus autores, ou patrões, a uma visão sobre si mesmos. A negação da estratégia, a desindustrialização e a convivência com índices sociais dignos de países do quarto mundo não foi obra nossa. De nossa parte, o futuro do Maranhão tem sido duramente construído. O brilho de nosso estado já se faz sentir. O Brasil tem olhado com muita atenção ao Maranhão. O futuro do país está passando por aqui. Não o passado.

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