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Mostrando postagens de maio, 2014

CASTELO DE AREIA

Jhonatan Almada, historiador, integra o quadro técnico da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Mudar em política implica, ao mesmo tempo, em novas práticas e na ascensão de uma nova geração ao poder. Renovar a elite política maranhense na segunda década do século XXI tem sido tarefa difícil por estar entremeada em uma transição negociada entre os setores sobreviventes do antigo regime e as novas gerações que buscam afirmar-se em espaço próprio. Nesse aspecto, a velhice se apresenta lamentável e tola como a do senhor feudal Hidetora no filme Ran (lit. Caos, 1985), de Akira Kurosawa. Ali, o senhor que tudo conquistou com a força e desamor tentava transmitir aos seus filhos um ensinamento contrário às suas práticas e história, caindo na tolice e na loucura. Os delírios do poder no Maranhão impedem que os velhos da política alcancem a sabedoria, esta chega com a experiência banhada do conhecimento de si e dos outros. O horror ao novo explica por que os representantes maranhen

UM MARANHÃO SEM PALÁCIOS

Jhonatan Almada, historiador, integra o quadro técnico da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A destruição do complexo de Pedrinhas como proposta de solução dos problemas da segurança pública maranhense é uma demonstração inequívoca do quanto o grupo dominante local se descolou da realidade, vive em um limbo impenetrável, onde discutem e se preocupam com a preservação do seu poder, projeção em carreiras e aboletamento dos cargos públicos. Isolaram-se do cotidiano do povo, como afirma Roberto da Matta. É como se para os problemas de educação pública existentes, bastasse derrubar as escolas ou para os problemas de saúde pública, botar abaixo os grandes hospitais da capital e assim por diante. Intelectuais como Benedito Buzar, na linha da atual estratégia do grupo dominante, qual seja, igualar e ao mesmo tempo contrastar seu pré-candidato ao da oposição, chega a colocar palavras na boca de Flávio Dino, afirmando que este prometeu destruir a Casa de Veraneio de São Marco

OS JOGOS DO PODER NO MARANHÃO

Jhonatan Almada, historiador, integra o quadro técnico da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Tenho minhas reservas quanto ao jogo do poder, sobretudo quando ignora o bem comum ou a construção de si com o outro. Contudo, sou consciente de que ele existe, sobejando ideologias e partidos, pessoas e grupos, real e imaginário, valores e práticas. Os recursos e os acúmulos para entrar na disputa e conquistar uma vitória, implicam em tempo, valores, alianças e muito trabalho aplicado, sobretudo para os little fishes . O Conselho Nacional de Educação (CNE) se reuniu entre os dias 5 e 8 de maio de 2014 na cidade de São Luís. Fui indicado para fazer uma palestra sobre a política e a gestão de ensino superior da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) na reunião do CNE. Horas antes do evento, desconvidaram-me com uma lisonja costumeira, incapaz de encobrir a deseducação do ato e expor sua motivação profunda. O fato me fez recordar que também estou sujeito às intricadas redes de poder