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Mostrando postagens de março, 2014

A ALTERNÂNCIA DO PODER NO MARANHÃO E A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA

Jhonatan Almada, historiador, integra o quadro técnico da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Mudar a política no Maranhão e democratizar o Estado passa, necessariamente, por uma nova relação entre este e a sociedade civil. Uma dificuldade fundamental é a distância entre a retórica do discurso de luta e as formas concretas de implementação das políticas públicas, formas que nem sempre correspondem às reivindicações históricas da sociedade ou ao proposto pela sociedade civil. Recentemente, ocorreram duas experiências de consulta à sociedade civil: o Ciclo de Debates pós-SBPC promovido pela Universidade Federal do Maranhão na gestão do atual reitor Prof. Natalino Salgado Filho e a escuta de organizações da sociedade civil realizada pelo jornal Vias de Fato. A SOCIEDADE CIVIL E A UNIVERSIDADE . O Ciclo de Debates pós-SBPC, rara ação da Universidade voltada diretamente à realidade onde está inserida, resultou na publicação de um caderno de proposições tendo por eixos orientad

Centenário de Ignacio Rangel

CENTENÁRIO DE IGNACIO RANGEL Jhonatan Almada, historiador Entre os dias 25 e 26 de março de 2014, São Luís sediará os eventos comemorativos pelo centenário de nascimento do economista maranhense Ignacio Rangel (1914-2014). Os eventos foram organizados pelo Conselho Regional de Economia do Maranhão (CORECON-MA)   e Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com apoio da Academia Maranhense de Letras e da Vale. Ignacio Rangel nasceu dia 20 de fevereiro de 1914, na cidade de Mirador, alto sertão. Filho do juiz Mourão Rangel, cedo se envolveu na militância política, participando da Revolução de 1930 (tinha 16 anos), bem como, pegou em armas na tentativa de tomada do poder pela Aliança Libertadora Nacional em 1935 (com 21 anos). Amargou alguns anos de prisão no Rio de Janeiro e de domicílio coacto em São Luís. A prisão foi transformada em Universidade por Rangel, pois criou junto com outros presos, intelectuais de todo o Brasil, treze cursos que funcionavam no presídio do Rio.

A ALTERNÂNCIA DO PODER E O PROBLEMA DA “FULANIZAÇÃO” NO MARANHÃO

A ALTERNÂNCIA DO PODER E O PROBLEMA DA “FULANIZAÇÃO” NO MARANHÃO Jhonatan Almada, historiador e integrante do quadro técnico da Universidade Federal do Maranhão. Ignacio Rangel eximiu-se com maestria da teoria descolada da realidade, característica marcante de boa parte da intelectualidade brasileira até os dias de hoje. Preocupado com os problemas brasileiros e sua relação com o mundo, incessantemente buscou estudar e debater para produzir pensamento próprio, identificar caminhos, apontar e implementar soluções. Essa é a marca de sua originalidade em um cenário de pensamento colonizado, tanto a esquerda, quanto à direita, e mesmo entre os que não estão em nenhum dos dois extremos, sequer no meio. É necessário sair do insulamento da capital São Luís e conhecer a miríade Maranhão. É nos municípios que emerge uma realidade a ser analisada em suas relações regionais, nacionais e internacionais. Aí percebemos que os partidos quase sempre não traduzem no âmbito local posicioname

A ALTERNÂNCIA DO PODER E O PROBLEMA DO "PURISMO" NO MARANHÃO

A ALTERNÂNCIA DO PODER E O PROBLEMA DO “PURISMO” NO MARANHÃO Jhonatan Almada, historiador, integra o quadro técnico da Universidade Federal do Maranhão Enquanto não compreendermos que uma das problemáticas que nos cinge e nos emperra é a dominância de um mesmo grupo político por décadas seguidas, se reproduzindo à custa da exclusão permanente de milhões de maranhenses, dificilmente poderemos mudar. De fato, se a população não compreender que o projeto liderado por esse grupo jamais responderá às questões do nosso tempo, por que implicaria em revelar o vazio dele mesmo, apenas simulacros de projetos pessoais de poder, a mudança demorará. Nada mais contraditório do que dizer que esse projeto é pautado no planejamento, posto que a inexistência ou a efemeridade de planejamento mais lhes caracterize. O que há é tão somente o ir fazendo e fazendo o que traz benefícios imediatos e mediatos, tanto político-eleitorais, quanto garantidores da própria reprodução. A unidade das oposi

MARANHÃO: O DESASTRE DA DÍVIDA PÚBLICA

MARANHÃO: O DESASTRE DA DÍVIDA PÚBLICA por Abdelaziz Aboud Santos economista e ex-Secretário de Estado do Planejamento e Orçamento                 Conforme estudo de Lúcia Fatorelli, da previsão orçamentária para 2014, equivalente a 2,4 trilhões, 42,42% do referido Orçamento da União serão para pagamento de juros e serviços da dívida pública. Nenhuma política governamental disporá de recursos que, minimamente, se aproximem desse patamar: na saúde não chegará a 4%, na educação a pouco mais de 3%, nos transportes ao redor de 1% e na segurança pública a ridículos 0,35%, apenas para citar aquelas políticas públicas supostamente consideradas mais que prioritárias pelos que governam o país, dados os clamores sociais. Se no plano federal a situação possui esse contorno paradoxal e desafiador, na esfera dos estados, em muitos casos, o panorama é desastroso, como a situação maranhense, em particular. As dificuldades começam pelo fato de que algumas unidades federadas não contam

NO MARANHÃO, TUDO SE APEQUENA

NO MARANHÃO, TUDO SE APEQUENA Jhonatan Almada, historiador, integra o quadro técnico da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Publicar no Maranhão é um grande desafio. Ter acesso a um dos jornais diários é um exercício de sorte. Parece-me que um espírito de província se arraigou ao ser maranhense e, por conseguinte, às suas quase instituições. É como se o velho do Restelo tivesse saído dos Lusíadas de Camões e se apossado do Maranhão. Aqui, tudo se apequena. A internet ainda é o meio mais democrático de expor ideias sem os constrangimentos dos acordos para ser publicado. As universidades públicas atribuem títulos de Doutor Honoris Causa quase exclusivamente a políticos locais (caso da Universidade Estadual) ou a personalidades locais (caso da Universidade Federal), sempre com a exigência do local, isto é, que a pessoa tenha dado uma contribuição para o Maranhão. Nunca entenderam a parte do espírito universitário de Alceu Amoroso Lima que menciona ser a universidade, t