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Mostrando postagens de setembro, 2012

Neruda no meu coração

NERUDA NO MEU CORAÇÃO Jhonatan Almada,  historiador e primeiro secretário do Instituto Jackson Lago Meu primeiro contato com o poeta Pablo Neruda (1904-1973) foi por meio de um curto trecho dos seus mais conhecidos versos: “Puedo escribir los versos más tristes esta noche”. Encontrei-o perdido nessas revistas de literatura que se compram em bancas. A força desse trecho foi suficiente para instigar-me a conhecê-lo e conhecendo-o, admirá-lo. Meu outro encontro com o poeta ocorreu quando ganhei de presente um livro de minha madrinha, Marieta. O livro “Estrela da Vida Inteira” compila a produção poética de Manuel Bandeira. Quase no meio do livro, está lá “No vosso e em meu coração”, rememorando o grito do poeta contra o franquismo, a opressão e a traição. Altamente exclamava um poeta pela voz do outro: “A Espanha de Franco, não!”. A vida inteira, Pablo Neruda manteve sua coerência intelectual e política em defesa das classes excluídas, dos menos favorecidos, dos esquec

São Luís à flor da pele

São Luís à flor da pele [1] São Luís francesa, São Luís holandesa, São Luís africana, São Luís lusitana, São Luís brasileira, São Luís patrimônio da humanidade inteira. São Luís de muitas faces e ao mesmo tempo uma, íntegra, permanente. Caleidoscópio de etnias e culturas que aqui se amalgamaram, se dilaceraram, se entrelaçaram para, finalmente, gerarem um novo ímpar nas suas manifestações de trabalho, de amor e de cultura. Nossa São Luís chega a 385 anos [400 anos]. Cidade de poetas e de musicalidade à flor da pele, ela enfrenta altaneira as dificuldades que surgem à sua frente. Para isso, alia trabalho, crença e essa qualidade tão nossa que é a de não desesperar, mesmo assomando tantos desafios. São Luís é assim. Plasmada em tempos heroicos de guerras, conquistas e piratarias, mas amante da paz, da criação artística e cultural. Na cultura, é Atenas e é Jamaica. É Brasil e universo. São Luís de cultura particular, mas cidadã do mundo e patrimônio da humanidade. Esta

A Pedagogia da Greve

A PEDAGOGIA DA GREVE Jhonatan Almada* A greve é um ato legítimo de todo trabalhador ou trabalhadora. A greve não nasceu de uma regulamentação do Estado capitalista contemporâneo, nasceu da mobilização e organização dos trabalhadores na luta contra as condições precárias de trabalho, remuneração, alimentação, educação, saúde, transporte e moradia, necessidades básicas que mais tarde se tornaram direitos conquistados, ainda que continuem precariamente satisfeitos e permanentemente atacados. A luta foi contra as condições de trabalho existentes na economia capitalista. A resposta dos donos do capital foi terceirizar a maior parte do problema para o Estado. Este, por sua vez, socializou os custos desses direitos com a maioria que paga os impostos. No entanto, o Estado não devolve esses impostos em serviços públicos com quantidade-qualidade necessários e suficientes, dado que o fundo público é majoritariamente direcionado para o pagamento dos juros da dívida pública, afora os des

Diálogos Jackson Lago, 2a edição