UNIÃO E RUPTURA
Jhonatan Almada, historiador
Tenho um apreço fraternal a Franklin Douglas, o que não impede, como bem disse Niemeyer, de discordar e acordar fraternalmente também.
A ausência dos fatos e acontecimentos relevantes ocorridos no Governo Jackson Lago em relação a cooperação internacional e ao avanço da democracia participativa e direta em terras insuladas pela oligarquia e sob a égide do medo, tem mais a ver com a percepção dos mesmos em face de um governo de frente ampla e de um eleitorado ainda preocupado com a sobrevivência cotidiana, do que com a incompreensão do sentido e significado deles no visão política macro.
O drama do Maranhão desde o governo José Sarney, chegando no da filha Roseana Sarney, é que justamente traduziam o Estado pela capital. Os governadores competiam com os prefeitos da capital, lugar do maior eleitorado, deixando a míngua os atuais 216 municípios. O governo Jackson Lago e em parte também o de José Reinaldo romperam com a "lógica insular do governo estadual", dinamizando os investimentos para o continente, desconcentrado-os da ilha. É certo que o governo Jackson Lago avançou sobremaneira nisso, porém o esforço interrompido pelo golpe judicial deixou tudo a meio caminho.
Acredito que só a carta a São Luís não traduza o todo do que representou o Governo Jackson Lago nos dois sentidos já mencionados (cooperação internacional e democracia participativa e direta), por isso, considero indispensável uma Carta aos Movimentos Sociais e a Sociedade Civil Organizada dando conta disso.
Por fim é importante lembrar que a autocrítica feita nas mãos da oligarquia se transforma em outra coisa. Em tempo quente eleitoral ela será utilizada como confissão de uma incompetência (que a oligarquia julga ser detentora) que não houve no grau divulgado pela mídia sarneista durante os 2 anos e 4 meses de Governo Jackson Lago.
O desafio a meu ver é reinstituir a capacidade de entender a realidade maranhense como uma totalidade (diferente do editorial equivocado de O Imparcial de 6.ago.2010, hoje). A política não é milagrosa, resolvedora de tudo e não é o único meio de transformação real. A lógica econômica (é óbvio, mas necessário repetir) é capitalista, portanto funcionalmente excludente, nunca será a rendenção, não foi no passado e por condições objetivas não será no futuro. A estrutura governamental é falida, a máquina administrativa retrógrada, nunca aceitou a autonomia dos Conselhos de Políticas Públicas, nunca aceitou substituir o exército de cargos comissionados (muitos envelhecidos espiritualmente) por carreiras consolidadas (exceto professores e policiais mal remunerados).
Somente essas três dimensões do que poderíamos chamar de "problema maranhense" colocam por terra qualquer ingenuidade. Ao mesmo tempo reforça a centralidade da política, o fundamental da ruptura com a oligarquia e o imprescindível da união da oposição. De um lado união para derrotar a oligarquia, de outro força para fazer a ruptura.
Coloca aqui essas idéias a apreciação dos companheir@s da rede.
Jhonatan Almada, historiador
Tenho um apreço fraternal a Franklin Douglas, o que não impede, como bem disse Niemeyer, de discordar e acordar fraternalmente também.
A ausência dos fatos e acontecimentos relevantes ocorridos no Governo Jackson Lago em relação a cooperação internacional e ao avanço da democracia participativa e direta em terras insuladas pela oligarquia e sob a égide do medo, tem mais a ver com a percepção dos mesmos em face de um governo de frente ampla e de um eleitorado ainda preocupado com a sobrevivência cotidiana, do que com a incompreensão do sentido e significado deles no visão política macro.
O drama do Maranhão desde o governo José Sarney, chegando no da filha Roseana Sarney, é que justamente traduziam o Estado pela capital. Os governadores competiam com os prefeitos da capital, lugar do maior eleitorado, deixando a míngua os atuais 216 municípios. O governo Jackson Lago e em parte também o de José Reinaldo romperam com a "lógica insular do governo estadual", dinamizando os investimentos para o continente, desconcentrado-os da ilha. É certo que o governo Jackson Lago avançou sobremaneira nisso, porém o esforço interrompido pelo golpe judicial deixou tudo a meio caminho.
Acredito que só a carta a São Luís não traduza o todo do que representou o Governo Jackson Lago nos dois sentidos já mencionados (cooperação internacional e democracia participativa e direta), por isso, considero indispensável uma Carta aos Movimentos Sociais e a Sociedade Civil Organizada dando conta disso.
Por fim é importante lembrar que a autocrítica feita nas mãos da oligarquia se transforma em outra coisa. Em tempo quente eleitoral ela será utilizada como confissão de uma incompetência (que a oligarquia julga ser detentora) que não houve no grau divulgado pela mídia sarneista durante os 2 anos e 4 meses de Governo Jackson Lago.
O desafio a meu ver é reinstituir a capacidade de entender a realidade maranhense como uma totalidade (diferente do editorial equivocado de O Imparcial de 6.ago.2010, hoje). A política não é milagrosa, resolvedora de tudo e não é o único meio de transformação real. A lógica econômica (é óbvio, mas necessário repetir) é capitalista, portanto funcionalmente excludente, nunca será a rendenção, não foi no passado e por condições objetivas não será no futuro. A estrutura governamental é falida, a máquina administrativa retrógrada, nunca aceitou a autonomia dos Conselhos de Políticas Públicas, nunca aceitou substituir o exército de cargos comissionados (muitos envelhecidos espiritualmente) por carreiras consolidadas (exceto professores e policiais mal remunerados).
Somente essas três dimensões do que poderíamos chamar de "problema maranhense" colocam por terra qualquer ingenuidade. Ao mesmo tempo reforça a centralidade da política, o fundamental da ruptura com a oligarquia e o imprescindível da união da oposição. De um lado união para derrotar a oligarquia, de outro força para fazer a ruptura.
Coloca aqui essas idéias a apreciação dos companheir@s da rede.
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